O rapper curitibano, Algoz, acaba de lançar seu último single antes do lançamento do EP Carta de Alforria ( Versão Contemporânea ). Intitulada de República Periferia, o rapper diz que, essa música não é o "Algoz" falando, é a periferia se auto definindo, conquistando a emancipação do Estado maior.
Letra/voz: Algoz
Beat: Algoz
Gravação/mix e master: Algoz
Selo: Snarekick
Beat: Algoz
Gravação/mix e master: Algoz
Selo: Snarekick
Letra
Eu sou o solo que carrega mil histórias, sou a terra, sou o povo, sou a busca pela glória
Nação tupiniquim, mil cores e jasmins, brotando descendência do lixo ao seu jardim
Sou a prova que do gueto há vitória, sobrevivo da esperança que achavam estar morta
O abrigo, residencia, sobressaio entre as margens, a carne, o sangue, o caos a sociedade
A clemência de uma mãe que quer socorro, a criança que aprende pela surra, tapa e soco
Ação da omissão e o governante. O moleque esquecido sobressai no seu falante
O punho e o martelo, a lei sem ter juiz, o grito de agonia de quem tenta ser feliz
Eu sou fumaça, a vontade vencer, real periferia que você finge não ver
Refrão:
Eu sou a foice, mas também vim ser martelo,a malandragem pelo caos e seu flagelo
A disputa da escola contra o crime, o moleque que é barrado entre sonho e a vitrine
Sou pós-abolição, senzala em novos dias, batizado de Brasil, República Periferia
Sou multidão, país da fome, terra preta, o excluído. Atestado o esquecimento da nação que mata seus filhos
A revolta, eu determino meu espaço, olhe em volta a junção dos rejeitados
Voo baixo na prudência das quebradas, onde Rap é a voz e o verbo nossa arma
O direito desprezado, dever imposto a força, sem senso de futuro engatilham e atolam a toca
Entre bocas que não vivem é só desculpa, vejo o olhar segregador atras da sua farda suja
Sou milhar, canela seca com a enxada. Dos maderites ao concreto, salve, salve sou quebrada
Página dos pretos em busca a voz, a agonia do passado hoje vira seu algoz
Sou aste sem bandeira, sou fervor. Onde boy treme na base, sou perifa, sou amor
Refrão
Sou depósito de mãos que alimentam o sistema, o proletário atras do emblema da empresa
Sou Quilombo em frente as losas, quem pisa nos racistas. Palmares e Zumbi, tipo um lobo e sua matilha
Sou a base, sou o peso, a maioria, representado pelas ruas sem partido oportunista
A emancipação em território hostil, o barraco de três peças que sua lei não extinguiu
Do nordeste ao cerrado, sou o campo e agricultura, a escola abandonada por algum filho da puta
A terra onde teus filhos ganham força, o território que mais brota os vida loca
Fabrico alegria onde os fardas cantam sangue, a revanche do criolo e seu diploma na estante
Sou aste sem bandeira, sou fervor. Onde boy treme na base, sou perifa, sou amor