10 de dez. de 2012

"Minha facção é o Hip Hop" - @dexter8anjo




Surpreendidos pela matéria com o rapper Dexter, veiculada pelo Uol na última sexta-feira, dia 07/12/2012, a assessoria de imprensa do artista, juntamente com o mesmo, se vê no direito e na obrigação de manifestar seu repúdio com relação ao conteúdo da edição do material. Em primeiro lugar, gostaríamos de deixar claro que o artista não pertence e, tampouco, representa o PCC, facção que, segundo a mídia, atua dentro e fora dos presídios de São Paulo. Também reforçamos que, em momento algum, o rapper defende a violência como solução para problemas sociais ou de qualquer ordem.
A pauta nos foi proposta tendo como único entrevistado o Dexter. Não fomos informados que a opinião dele seria associada deliberadamente a de outras pessoas, pelo contrário, já que o artista concedeu a entrevista sem a presença de nenhum outro entrevistado. A conversa com o jornalista Rodrigo Bertolotto teve duração de cerca de uma hora e foi editada de maneira irresponsável, em vídeos de curta duração, dando ênfase apenas para trechos da fala do artista, induzindo o leitor a acreditar que o rapper faça apologia ao crime e ao PCC.
Conforme conversado previamente com o jornalista e com a produtora da reportagem, o tema em questão é bastante delicado e a forma como o material foi publicado tendencia o leitor a acreditar em uma posição que não condiz com o pensamento do artista, além de colocar em risco sua credibilidade e integridade física, e de comprometer a reputação do Hip Hop, estigmatizando o movimento.
A pauta proposta era que o Dexter abordasse temas como violência, juventude, periferia, carreira artística e Hip Hop no momento atual. Entretanto, toda a parte da entrevista em que ele fala sobre sua carreira, assim como sobre o projeto “Como Vai Seu Mundo”, desenvolvido pelo rapper dentro do sistema carcerário, ficaram integralmente de fora da edição do material publicado. Estas informações são essenciais para compreender a visão do artista sobre os assuntos em questão.
Vale lembrar também que Dexter já cumpriu seu período de reclusão e, hoje, se dedica exclusivamente a difusão de sua música e de palestras que visam sempre a paz e a conscientização de que o crime não compensa. É lamentável que o passado do artista tenha sido colocado em primeiro plano, deixando de lado seu momento atual de êxito profissional e o impacto positivo de suas mensagens.
Atenciosamente,
Dexter e Boia Fria Produções