Uberaba, MG – Pela primeira vez o triângulo mineiro viveu uma festa aos moldes da tradicional Virada Cultural paulista, que começa na capital de São Paulo e percorre várias cidades do interior.
No mesmo estilo, a cidade mineira viveu, no último fim de semana, 12 horas intensas de música e cerca de 500 artistas se apresentaram na Praça Rui Barbosa e Calçadão da Artur Machado.
A organização estima que cerca de cinco mil pessoas tenham passado pelo evento.
Para comemorar, o hip-hop teve destaque especial com a participação do rapper Lindomar 3L, que se orgulha por ter encerrado o evento e ainda surpreendido a todos com a performance no palco. “Todos esperavam que eu fosse cantar as músicas do meu disco “Das Ruas Mineiras” e acabei cantando de primeiro o nosso maior sucesso, que é a música “Tem que ser humilde”, que normalmente e que encerra nossas celebrações”, conta o MC que diz estar muito feliz em ver o hip-hop sendo valorizado e reconhecido no evento.
Diferentemente do que acontece em grandes centros, como São Paulo, o rap teve um espaço bastante amplo dentro do evento e a aprovação dos presentes.
Na sequencia do show, Lindomar apostou no gosto pela surpresa e brindou o público apenas com músicas inéditas.
Para Stephani, que estava no público,a apresentação de Lindomar foi a mais especial. “Ele mora no meu coração e como sempre, representando o hip-hop mineiro”.
Ponto para o MC, que tem também o apoio de Kate, uma das organizadoras do evento, através da União dos Artistas de Uberaba (Uau) que tem o apoio da Fundação Cultural da Uberaba.
Para ela, a Virada Cultural foi bacana justamente pela mistura de ritmos. “Eu vejo que o hip-hop é bacana, mas, muitas pessoas tem preconceito, por outro lado, vemos que tem crianças, famílias, mães com filhos pequenos, o que é diferente, por exemplo, do rock, em que a galera vem para curtir”, comenta.
Para ela, a variedade temática do rap, que explora cotidiano, violência e romantismo é o ponto chave para acabar com as açores preconceituosas.
Outro artista que consagra o evento como positivo é Tói. “É a primeira vez que acontece um evento desses no Triângulo Mineiro e é uma iniciativa muito legal da Uau, que fez todo corre não contou muito com a ajuda do poder público, que cedeu apenas o espaço, o palco e o som. Mas, esse evento serviu para mostrar para toda sociedade que só faltam iniciativas, pois talentos temos de sobra”, frisa.
Ele lembra ainda a importância de Lindomar para o evento. “Eu o acompanho desde o início da carreira até hoje e sei o quanto ele trabalhou para conquistar o reconhecimento que tem hoje”, completa Tói.
De acordo com a organização, há o intuito de transformar a virada em 24 horas de festa ininterruptas, como acontece em outros grandes centros.
“Espero que em 2011 aconteça mais uma Virada Cultural por aqui, pois esta primeira foi simplesmente histórica”, finaliza Lindomar.