9 de abr. de 2010

Para ficar na memória... [LUTO]


Salve Familia.



Infelizmente demoramos um pouco para a publicação deste artigo referente a trajetória e tragédia envolvendo o rapper "Speed Freaks". Essa publicação teve a participação de grandes fãs do "speed". Segue um pouco a trajetória desse brilhante Mc e a questão envolvendo o seu falecimento.



"A maldade dos outros não é nada, e sim a imaturidade"

Cláudio Márcio de Souza Santos foi/é um ícone na história do underground Nacional... Instrumentista, MC, Produtor, um poeta de mão cheia que sabia expor com êxito desde sexismo ao ocultismo em sua obra. Speed prezava, cultuava e proclamava a liberdade em seus versos, nunca seguiu nenhum padrão, talvez por isso injustiçado, não atingiu nem a metade da visibilidade que merecia.

Começou sua arte numa época em que o Hip Hop ainda “engatinhava” no Brasil, e praticamente tinha sua totalidade em São Paulo.Era 1989 e ele já iniciando o seu excêntrico jeito de rimar e interpretar.

"O Negocio é um seguinte, meu nome é Speed, toco pra caralho! Sou baixista há dez anos e conheço a Cássia Eller (...) Até agora não sabia quem ia cantar nas minhas paradas, mas é você. Você que vai cantar "

Assim começava a parceria musical e a amizade com o até então Gustavo de Almeida Ribeiro, que mais tarde seria outro artista importante da Cena, o Raggaman Black Alien.
Era 1993 e o que a dupla fazia era o Lado B do Rap Nacional. Que era o Lado B da música do Brasil. Que era/é um dos lado B do Mundo... E mesmo assim seguiam da melhor forma. Lançaram a demotape Speedfreaks. E ainda no mesmo ano Speed teve o som "Hit Hard Hip Hop" na coletânea Major Babes, lançada na Europa e nos Estados Unidos, além do Brasil .
Aparece em algumas faixas do Disco "Usuário" do Planet Hemp, de 1995. E lança Independente o primeiro disco Solo, intitulado "De Macaco"

Algum tempo depois participa do disco solo do Marcelo D2 na faixa "O Império Contra Ataca" junto ao seu parceiro Black Alien , B Negão e Jackson.
Em 1998 a Dupla que chamava Speedfreaks mudou o nome para Black Alien e Speed. A ótima "Guerrilha Verbal " foi a Primeira canção lançada com a nova Denominação. Ainda nesse ano lança "O Som da Glock" com Paulo Napoli, um remix de "Drugs" da Banda Skuba, além de outro Clássico da dupla, a Melancólica e também muito boa "Timoneiro".
Na chegada do novo milênio conseguiu mais visibilidade fora do cenário Rap, gravando no disco de Herbert Vianna junto á Fernanda Abreu o "Som do Sim". Além de aparecer em um disco Tributo a Luiz Gonzaga.

Em 2001 lança o Disco "Expresso", muito bem elogiado e apontado pela revista Istoé como um dos melhores discos de rap dos últimos tempos. Nesse mesmo ano o DJ Mundialmente famoso Fat Boy Slim lança um remix do Hit "Quem que Caguetou?" , de sua dupla com Black Alien, e a música é usada em um Comercial da Nissan na Europa, o que alavanca a carreira da banda.
Nesse mesmo ano a dupla se desfaz e os dois seguem carreira solo.

Ele lança em 2003 na internet o álbum instrumental "Sangue Sob o Sol". Três anos depois lança também Virtualmente o álbum "Só o Começo".
Em 2008, solta seu novo trabalho "físico": "Meu Nome é Velocidade", com participação de “B Negão” no som "Você Morreu". No ano seguinte lança "De Volta no Jogo" e ultimamente vinha fazendo sons com o seu conterrâneo De Leve.

[Colaboradores ("Biografia") - Felipe Lopes e Felipe Pereira]

Mas infelizmente a trajetória desse militante (E por que não, ícone?!) foi interrompida. Speed faleceu com 37 anos, atingido por tiros em Niterói. (Assassinato que ainda não foi esclarecido)
Fica um sentimento imenso de revolta por como tudo ocorreu e ao mesmo tempo um sentimento de saudade pela falta que o mesmo nos fará. Um cara insano que fugia do padrão “politicamente correto” e que mesmo assim mostrava-se compromissado no que fazia.
Mostrava maturidade e ao mesmo tempo um jeito irreverente de ser, não se achava "revolucionário", mas nós fizemos dele, um ser revolucionário. Quem sabe se ele olhasse isso, achasse graça de ser chamado assim, entretanto, fez uma legião de seguidores, fez pessoas aprenderem a realmente sentir prazer em ouvir/fazer música, sem qualquer tipo de "esteriótipo", mas sempre com responsabilidade. Spedd? Não era uma metamorfose, não era uma mesmice...Era veloz, era SpeedFreaks.
“Meu nome é velocidade”, e foi nessa velocidade que perdemos esse ícone. E por ironia desse destino, não terá nenhuma velocidade que o fará ser esquecido.
Parabéns Speed, por tudo que você fez para com a nossa cultura!

[Texto: Patrick Sagat]



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